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Seção Ifes participa do 2º Encontro Nacional de Mulheres do Sinasefe, em Brasília

Seção Ifes participa do 2º Encontro Nacional de Mulheres do Sinasefe, em Brasília

Data: 18 de novembro de 2019

 

Envolvimento da mulher com a luta sindical vem aumentando mesmo diante das múltiplas tarefas sob a sua responsabilidade e da divisão desigual do trabalho doméstico e do cuidado com os filhos

Uma representação da Seção Ifes participou, em Brasília, do 2º Encontro Nacional de Mulheres do Sinasefe, realizado no dia 13 de novembro. O evento reuniu mais de 240 mulheres de diversas partes do país e promoveu debates sobre diversas pautas que deram origem a encaminhamentos que orientarão as lutas do próximo período.

A diretora do Sinasefe Seção Ifes Norma Pignaton Recla Lima destacou a importância do encontro para as discussões sobre a participação das mulheres no movimento sindical, lembrando que a presença delas está aumentando mesmo diante das múltiplas tarefas sob a sua responsabilidade das mulheres e da divisão desigual do trabalho doméstico e do cuidado com os filhos.

A paridade entre homens e mulheres nas diretorias das seções sindicais do Sinasefe, aprovada pela categoria nacionalmente, é um avanço, mas também um desafio, lembra Norma.

“Temos que combater o machismo dentro das nossas organizações sindicais que silencia e afasta as mulheres. Precisamos avançar na formação sindical para as mulheres para que elas participem cada vez mais”, explicou.

Norma ressaltou, ainda, as temáticas LGBTIs e os debates sobre os assédios aos quais as mulheres são submetidas nos institutos e em outros ambientes como essenciais no evento. Ela lembrou que a curta duração foi um ponto fraco levantado pelas participantes que reivindicaram que o próximo encontro se prolongue mais para que as pautas possam ser abordadas com mais profundidade. Além disso, a ideia é fazer o evento em data separada do Consinasefe ou de outros eventos da Nacional em razão das dificuldades que as mulheres têm para permanecer por muitos dias em viagem, em razão de uma série de questões como filhos, família, entre outras.

Representaram a Seção Ifes em Brasília Flávia Cândida do Nascimento de Souza, docente do campus Aracruz; Wania Gomes Colodetti, técnica-administrativa do campus Linhares; Maria Glória da Costa Silva de Oliveira, técnica-administrativa aposentada do campus Colatina; e as diretoras sindicais Lucia Helena Pazzini de Souza, Norma Pignaton Recla Lima e Cristina Mota Damasceno.

Durante o evento, as crianças sob a responsabilidade das participantes foram reunidas numa ciranda nas dependências do Hotel San Marco. Brinquedos e brincadeiras divertiram os pequenos enquanto as mulheres participavam das atividades e debates.

VENEZUELA

Durante o debate sobre violências contra a mulher, participantes propuseram moção de apoio à Venezuela, com a ida das participantes para as imediações da Embaixada daquele país em Brasília, invadida na madrugada de quarta-feira, 13, quando cerca de 20 pessoas uniformizadas entraram no local em apoio ao presidente auto proclamado Juan Guaidó. Identificados como milicianos, eles criaram uma situação de cárcere para o corpo diplomático que estava impedido de entrar ou sair da área da Embaixada aonde também residem algumas pessoas, em sua maioria mulheres e crianças. A ação, ao que tudo indica, foi orquestrada com o objetivo de trazer repercussão em razão do início do encontro do Encontro do BRICS, que reuniu chefes de estado do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Uma das representantes da Seção Ifes, Cristina Mota Damasceno, explicou que chegaram relatos de agressões a mulheres no local. Segundo a jornalista Juliana de Andrade, correspondente da Telesur no Brasil, que estava dentro da embaixada, o grupo que invadiu o local ameaçou crianças e mulheres e ela foi agredida por um homem.

Diante da gravidade dos acontecimentos, diversas participantes do Encontro, entre elas a própria Cristina, assim como as diretoras sindicais da Seção Ifes Lucia Helena Pazzini de Souza e Norma Pignaton Recla Lima, foram ao local prestar solidariedade e engrossar o movimento para impedir a violência contra as mulheres no local.

Além disso, elas defenderam a inviolabilidade do território venezuelano e sua soberania – embaixadas são territórios de seus respectivos países dentro de outro país – e denunciaram a violação ao Tratado de Viena que garante imunidade aos corpos diplomáticos. A situação se acalmou após a saída dos invasores no final da tarde.

MANIFESTO

No encerramento dos debates sobre violência contra a mulher, houve a leitura de um manifesto antissexista das mulheres do Sindscope (clique aqui e leia) e também teve muito samba. Os debates dos GTs realizados foram socializados com o conjunto das participantes. Os temos dos grupos foram os seguintes: Conjuntura nacional e atuação política e sindical da mulher; Mulher, raça e classe: mulheres negras e indígenas; Mulheres LBT: gênero, sexualidade, visibilidade e representatividade; e Violências: do assédio ao feminicídio.

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