3º Congresso da CSP-Conlutas aprova paridade de gênero: veja resumo do evento
Data: 25 de outubro de 2017
O encontro também deliberou sobre a construção do dia 10 de novembro como Dia Nacional de Lutas, Greves e Paralisações. Com a presença de 2.664 participantes, o evento aconteceu na cidade de Sumaré, em São Paulo, entre os dias 12 e 15 de outubro
De Norte a Sul, a delegação do SINASEFE no 3º Congresso Nacional da CSP-Conlutas foi composta por militantes de todas as regiões do Brasil. Cerca de 80 trabalhadores organizados no sindicato nacional se encontraram com mais 2,6 mil lutadores do movimento sindical, social e estudantil, em Sumaré-SP, entre os dias 12 e 15 de outubro. Dentre as principais decisões do congresso está a construção do dia 10/11 como Dia Nacional de Lutas, Greves e Paralisações. Outro destaque é a aprovação da paridade de gênero na composição da Secretaria Executiva Nacional (SEN) da Central. Esse congresso superou o realizado em 2015 em número de participantes, com 2.664 pessoas presentes.
Primeiro dia
Iniciados com a exibição de um vídeo sobre os 11 anos da CSP-Conlutas, os trabalhos do 3º Congresso foram abertos no final da manhã de quinta-feira (12/10). A mesa de abertura teve composição bem diversa: representantes de três partidos de esquerda (PCB, PSOL e PSTU), Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas, da CGTB, da Intersindical e ainda da Pastoral Operária. Confira a matéria de cobertura deste item da programação elaborada pela Central.
Ainda durante os trabalhos iniciais do congresso, a SEN/CSP-Conlutas, representada por Atnágoras Lopes (Sindicato da Construção Civil de Belém), Helena Silvestre (Movimento Luta Popular) e Amauri Fragoso (Andes-SN) apresentou perspectivas e os desafios a serem enfrentados no próximo período. Destacando o papel revolucionário da CSP-Conlutas, um dos destaques deste item foi a intervenção de Helena, que ressaltou a importância do Congresso para reconectar as lutas dos trabalhadores. “Não queremos colocar ‘band-aid’ nas feridas, queremos acabar de vez com a doença que é o capitalismo”, reforçou. Leia sobre as demais intervenções desta mesa clicando aqui.
Durante a tarde, e início da noite, 16 contribuições globais ao 3º Congresso foram apresentadas. Membros da delegação do SINASEFE participaram destas apresentações, defendendo posições pessoais. Foi o caso de Magda Furtado, que além de dirigente do Sindscope e militante da APS/PSOL, é representante suplente do SINASEFE na SEN; e David Lobão, militante do NOS/PSOL, sindicalizado do Sintef-PB, e membro do SINASEFE na SEN/CSP-Conlutas, que dividiu o tempo de apresentação com Juliana Donato, bancária e militante do MAIS/PSOL.
Segundo dia
A sexta-feira 13 no congresso não teve espaço pra azar, foi repleta de atividades e ainda contou com uma chuva refrescante na hora do jantar dos milhares de participantes. A troca de experiências com a delegação internacional e o centenário da Revolução Russa de 1917 foram destaques. À tarde, delegados e observadores foram divididos em 22 grupos de trabalho para debater resoluções de Conjuntura Nacional e Internacional. As setoriais da CSP-Conlutas (mulheres, LGBT, negros e negras, educação, saúde, saúde do trabalhador, servidores públicos, cultura, aposentados, internacional, campo e povos tradicionais) também se reuniram no início da noite do dia 13/10.
Ao término da primeira mesa da manhã, a Internacional (canção escrita por Eugène Pottier, um trabalhador do setor de transportes e membro da Comuna de Paris, em Junho 1871, e musicada por Pierre Degeyter, um operário anarquista, em 1888) foi fortemente entoada pelos lutadores e lutadoras, assista ao registro no Facebook.
Centenário da Revolução Russa
O painel a respeito dos 100 anos da Revolução Russa teve a participação de Martín Hernández, dirigente da LIT-QI, Wanderson de Melo, docente da Universidade Federal Fluminense (UFF), Kevin Murphy, professor da Universidade de Massachusetts, e Valério Arcary, historiador e docente aposentado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP). Os presentes dividiram seu tempo com as saudações por vídeo da escritora norte-americana Wendy Goldman e Esteban Volkov, neto de um dos líderes da revolução, Léon Trotsky. A mediação do ponto ficou por conta de Fabiano Faria, do SINASEFE e Rita de Souza da SEN/CSP-Conlutas.
A CSP-Conlutas disponibilizou cobertura específica deste painel, com resumos das falas dos participantes. O portal Esquerda Online divulgou o vídeo completo deste item, confira. O PSTU também divulgou cobertura completa desta mesa.
Terceiro dia
Iniciado com o painel de 11 anos da CSP-Conlutas, o sábado (14/10) teve as votações das resoluções de conjuntura nacional e internacional e ainda de plano de ação. Abordando os desafios para o fortalecimento da central na construção de uma alternativa classista, sindical e popular, o painel teve a participação de quatro membros da SEN/CSP-Conlutas. Preta Lu, dos movimentos de Hip Hop Quilombo Urbano e Quilombo Brasil, Mauro Puerro, da Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp), Eblin Farage, do Andes-SN, Luiz Carlos Prates, Mancha, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Veja o resumo do painel elaborado pela CSP-Conlutas.
Ao final da tarde do sábado (14/10) foram realizadas as votações de parte das resoluções do congresso. O último ponto oficial programação foi a realização de grupos de trabalho, que se dedicaram a analisar as propostas de reorganização, estatuto e direção. Confira o resumo das resoluções aprovadas no sábado (14/10).
Ainda na noite do terceiro dia, fora da programação do congresso, foram realizados dois eventos simultâneos: a pré-apresentação do documentário sobre o centenário da Revolução Russa “Paz, Pão e Terra” e o ato público “Nem a direita, nem a conciliação de classes: por um polo político alternativo da classe trabalhadora”.
Quarto dia
“Na luta, na garra, a casa sai na marra!”
“Quilombo, quilombo, nunca está cansado, melhor morrer na luta, que viver escravizado!”
“As mulheres tão na rua, com disposição, pra lutar contra o machismo e a exploração!”
Foram algumas das palavras de ordem entoadas pelos presentes no evento durante a realização do Painel “Luta contra as Opressões e Juventude” e “Movimento Operário, Sindical, Popular e Luta por Territórios”, composta por representantes do movimento sem teto, quilombolas, indígenas, mulheres, LGBTs, negras e negros, trabalhadores rurais, seringueiros do Acre, servidores públicos, juventude e operários(as).
“Não nos ajoelhamos, a gente insiste em se levantar, estamos de pé, mesmo diante do genocídio de nosso povo feito pelas balas do capitalismo”. Destacou Inaldo Serejo, do Movimento Quilombola do Maranhão (Moquibom), numa das intervenções mais aclamadas pelo congresso. Ele também lembrou o desafio de ampliar a representação da CSP-Conlutas, que além de sindical e popular, deve ser pluriétnica.
Representando os servidores públicos, David Lobão, abordou os efeitos dos ataques aos serviços públicos e a importância da luta deste segmento de trabalhadores. “O ataque aos serviços públicos é um ataque aos trabalhadores, a medida em que acaba com a saúde, com a educação e com a previdência, necessidades básicas de todos trabalhadores”, lembrou.
O segundo item de pauta do domingo (15/10), e último ponto do Congresso, foi a votação das propostas de resoluções sobre Balanço e Reorganização, Estatuto e Estrutura sindical. Dentre as propostas aprovadas, está uma resolução de paridade de gênero na SEN/CSP-Conlutas “O 3º Congresso da CSP-Conlutas resolve: adotar a paridade na Secretaria Executiva Nacional da CSP, continuar e aprofundar o debate na Central acerca da concepção de luta contra as opressões e o critério de representação que defendemos.”
Cobertura Completa
A ASCOM está finalizando a cobertura do congresso (edição de imagens, vídeos e entrevistas) e disponibilizará todo o material nos próximos dias. Confira também cobertura completa da CSP-Conlutas deste evento.
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Fonte: Sinasefe.