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Discussões sobre a luta antirracista e a política de ações afirmativas marcam o 2º ENNIQ

Discussões sobre a luta antirracista e a política de ações afirmativas marcam o 2º ENNIQ

Data: 3 de abril de 2023

Encontro presencial foi realizado entre os dias 22 e 26 de março, em Maceió-AL

Foi realizado entre os dias 22 e 26 de março, o 2º Encontro de Negras, Negros, Indígenas e Quilombolas (ENNIQ), que teve como tema “Malungas, Malungos e Parentes na terra de Palmares! Nossa luta, nosso sindicato!”. Na pauta, foram discutidas questões como a luta antirracista e a política de ações afirmativas nas Instituições Federais de Ensino (IFEs). A atividade presencial ocorreu em Maceió-AL.

Os cinco dias presenciais do evento foram marcados por oficinas, mesas de debate, grupos de trabalhos, atividades culturais, visita à Aldeia Mata da Cafurna (em Palmeira dos Índios-AL) e ao Parque Memorial do Quilombo dos Palmares (em União dos Palmares-AL) e a plenária final, que precisou ser dividida em dois momentos: presencial, no último dia do evento (26 de março), e virtual, em três encontros em abril. Mais abaixo.

As mesas discutiram temas como “Práticas antirracistas na Rede Federal: o papel dos Neabs, Neabis e grupos correlatos no combate aos racismos” e “10 anos e cotas raciais em defesa das ações afirmativas e o (não) lugar do SINASEFE”.

301 sindicalizadas/os da base do SINASEFE Nacional participaram da atividade. A delegação do Sinasefe Ifes era composta por pessoas que se autodeclaram negras/os e uma pessoa que se autodeclara indígena. Além dessas/es representantes, três integrantes do GT de Diversidade do Sinasefe Ifes participaram da atividade, totalizando 15 delegadas/os, sendo 7 homens e 8 mulheres.

O delegado Ivan Almeida Rozario Júnior, professor do Ifes campus Piúma e presidente do Fórum dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do Ifes (Foneabi), destaca que o evento “foi uma rica experiência profissional, antropológica e ancestral, já que tivemos várias mesas temáticas, apresentações culturais das comunidades indígena e de matriz africana, além de visitas técnicas na Aldeia Mata da Cafurna e no Parque Memorial do Quilombo dos Palmares. A atividade promoveu múltiplas trocas de experiências e a construção de novos saberes, coadunando as perspectivas em torno da Educação das Relações Étnico-Raciais e da Política de Ações Afirmativas”.

Confira as fotos do primeiro dia do evento:

“Reunir servidores negras, negros, indígenas e quilombolas é, antes de mais nada, reconhecer a diversidade étnico-racial presente na Rede Federal, é promover, nos IFs, o protagonismo dos corpos que historicamente foram subjugados na sociedade por causa de sua raça, cor e etnia”, avalia Ivan.

A servidora do campus Aracuz Krissia Alecrim Carvalho Costa observa que o evento foi “enriquecedor”, porque foi uma oportunidade de discutir como as “políticas asseguradas em lei estão sendo implantadas nos diversos IFs e UFs do país, analisar os avanços e propor medidas para contemplar essa parcela tão expressiva da população (seja como servidor, seja como estudante) no contexto das Instituições de Ensino”.

Krissia também avalia que é necessária uma formação contínua para a luta antirracista e que combata o racismo estrutural. “Em uma instituição de ensino como o Ifes, essa discussão se faz cotidianamente e precisa ocupar espaços para atingir e formar os brancos acerca da posição de privilégio que ocupam dentro e fora da instituição”, afirma.

Confira as fotos do segundo dia do evento:

Deliberações
Por serem muitas pautas, a plenária final foi dividida em dois momentos: presencial, ainda na programação do 2º ENNIQ, em Maceió, no dia 26 de março, e virtual, com encontros realizados em abril. A primeira plenária virtual ocorreu no sábado, 1º, e a segunda ocorrerá nesta terça-feira, 4, e a terceira na quarta-feira, 5. Clique aqui e saiba mais.

No dia 26 de março, momento da abertura da plenária final, foi definido que apenas pessoas negras, indígenas e quilombolas podem votar nos encontros. As/Os delegadas/os também aprovaram que o ENNIQ seja um evento das pessoas racializadas, com a participação exclusiva destas pessoas, sejam negras, negros, indígenas, quilombolas e povos tradicionais da terra.

Outra deliberação do encontro presencial foi a retomada do GT do SINASEFE Nacional “Identidade de Gênero e Orientação Sexual, Raça, Etnia e Trabalho Infantil”, que realizou o último encontro em maio de 2015.

A plenária final presencial também aprovou que o SINASEFE Nacional exija, entre outras coisas, a efetivação de uma política do Governo Federal para acesso, permanência e êxito de estudantes negros, negras, indígenas, quilombolas e de povos tradicionais da terra nas Instituições Federais de Ensino (IFEs).

Esta matéria será atualizada com as demais deliberações das plenárias virtuais.

Confira fotos do terceiro dia do evento:

Confira fotos do quarto dia do evento:

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