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Dia Internacional da Mulher: mulheres capixabas vão às ruas contra a violência e por direitos

Dia Internacional da Mulher: mulheres capixabas vão às ruas contra a violência e por direitos

Data: 2 de março de 2020

Ato público será no dia 6 de março, sexta-feira. A concentração será a partir das 15 horas, em frente à Defensoria Pública, na Avenida Jerônimo Monteiro, com caminhada até o Museu do Negro (Mucane), ambos no Centro de Vitória

As mulheres capixabas vão às ruas mais uma vez contra a violência e por direitos. O ato público que antecede o 8 de Março – Dia Internacional de Luta da Mulher será no dia 6, sexta-feira. As manifestantes prometem parar mais uma vez a capital capixaba.

A concentração será a partir das 15 horas, em frente à Defensoria Pública, na Avenida Jerônimo Monteiro, com caminhada até o Museu do Negro (Mucane), ambos no Centro de Vitória.

E para marcar o dia 8 de Março, domingo, haverá atividade cultural às 15h, no Parque Moscoso.

“Basta de violências! Mulheres nas ruas por direitos!”

A data neste ano vai denunciar mais uma vez o feminicídio, sobretudo, de negras, a violência contra mulheres indígenas, quilombolas, ribeirinhas, transexuais, bissexuais e lésbicas.

O movimento vai exigir a revogação da Reforma Trabalhista e da Previdência que precarizam ainda mais a vida das mulheres. Será também um dia de luta por justiça à Marielle Franco, vereadora carioca assassinada há dois anos.

A construção dos dias 6 e 8 de Março acontecem em um cenário de aprofundamento da crise econômica mundial e da violência machista.

Para Emilly Tenorio, que está na organização das atividades de luta em Vitória/ES, as mobilizações vão fortalecer a resistência contra o neoconservadorismo e as reformas neoliberais. “Precisamos ocupar os espaços públicos para denunciar esse sistema machista, racista e desigual em que vivemos. Vamos às ruas por direitos e para dizer não a essa sociedade que nos mata e violenta todos os dias!”, diz Emilly.

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) vem alertando sobre a reforma da previdência. Ela pode colocar as mulheres em uma condição de maior desigualdade e desproteção social. O desmonte no funcionamento do INSS já tem deixado, inclusive, milhares sem acesso ao salário maternidade é uma prova do aumento da precarização da vida das mulheres.

Lara Gobira, salienta que nesse contexto, as mulheres vão cumprindo papel de destaque. “O 8 de março abre o calendário de lutas do ano e nosso ato ganha ainda mais importância diante dos duros ataques do governo e de suas ameaças à democracia. Vamos dar nas ruas a resposta das mulheres da classe trabalhadora”, convocou Lara Gobira, que também compõem a organização do 8 de março unificadas.

Diversas organizações de mulheres criticam a carteira verde e amarela de Bolsonaro, que leva as mulheres trabalhadoras a uma condição ainda mais precarizada. “Não daremos trégua ao aprofundamento dos ataques aos direitos trabalhistas e sociais. Se há corte de direitos, sabemos que a população negra e pobre sofre primeiro”, frisa Emilly.

Pelo fim das violências

O discurso de ódio de Bolsonaro contra as mulheres se concretizou na falta de políticas públicas para enfrentar e o aumento da violência. Os investimentos na manutenção e ampliação da rede “Casa da mulher brasileira” – Centros Integrados de Atenção às Vítimas de Violência – foram zerados em 2019 e para esse ano o orçamento da secretaria da mulher teve sua verba reduzida de R$119 milhões para 5,3 milhões.

De acordo com a Comissão Internacional de Direitos Humanos 13 mulheres são assassinadas por dia no Brasil. No mesmo ano, foram 126 feminicídios e 67 tentativas de assassinatos.

Em 2019, 124 pessoas transexuais foram assassinadas no Brasil, o país mantém a liderança mundial com o maior número de assassinato da população LGBT.

O ES ocupa o quinto lugar no ranking brasileiro de homicídios de mulheres e o primeiro lugar nos homicídios de mulheres negras. Em 2019 foram 89 homicídios dolosos contra mulheres e 33 Feminicídios. Um total de 122 mulheres assassinadas.

Somente este ano, já temos 15 feminicídios no ES. Priscila Patrício, também da organização do 8 de março, destaca que “a violência contra a mulher se dá também por ela ser sempre a mais atingida pelo falta de acesso à renda: Se há desemprego, a maior taxa são entre mulheres, se há informalidade, a maior são mulheres, se há aumento do trabalho precário entre os jovens, a maior parte são mulheres. Mesmo as mulheres sustentando mais de 50% dos lares brasileiros a equidade de direitos, oportunidades e reconhecimento ainda é uma realidade distante. Precisamos mudar isso. Nós merecemos dignidade”, completou.

A organização do 8 de março, chama atenção que se faz necessário mais investimentos em políticas públicas de prevenção e combate a violência contra a mulher. Queremos evitar as violências, mas se elas acontecerem, as mulheres precisam do acesso aos serviços essenciais de qualidade. Atividades político-culturais.

No domingo, Dia 8 de Março, as mulheres farão diversas atividades de luta, com apresentações culturais. As atividades se iniciam às 15 horas, no Parque Moscoso, com entrada franca. Dentre as atrações, haverá oficina de contação de histórias, oficina de automaquiagem para LGBT’s, oficina de ervas (sabonetes, incenso, etc.), música e feira de trabalhos manuais.

A luta não para!

As mulheres afirmam que as greves na Casa da Moeda, Dataprev e Petrobrás demonstram que o caminho é a luta. Juntos, esses movimentos denunciam e combatem as atitudes autoritárias desse governo conservador e ultraliberal, que quer controlar nossos corpos, nossos desejos, nossos direitos sociais e democráticos.

Também convocam para as ruas no dia 18 de março, na Greve Nacional da Educação e em Defesa dos Serviços Públicos. BASTA DE VIOLÊNCIAS! MULHERES NAS RUAS POR DIREITOS!

**Fonte: Organização 8 de março Unificadas

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