Milhares protestam pelo país contra nomeação de pastor racista e homofóbico à Comissão de Direitos Humanos
Data: 12 de março de 2013
Milhares de pessoas foram às ruas mostrar sua indignação contra a nomeação de Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos e minorias da Câmara dos Deputados. Mediante suas declarações homofóbicas e racistas, protestos ocorreram pelo Brasil e por países como França e Inglaterra. Os atos questionavam como o governo pode permitir que Feliciano, com opiniões públicas que desrespeitam os setores oprimidos, possa os representar.
No último fim de semana, 9 e 10 de março, houve atos em São Paulo, Ribeirão Preto-SP, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Vitória, Fortaleza, Brasília, Salvador, Feira de Santana-BA, Florianópolis, Belo Horizonte, Uberlândia-MG, Juiz de Fora-MG entre muitas outras cidades, incluindo manifestações de solidariedade em Buenos Aires e em Londres.
O maior dos atos foi em São Paulo, e reuniu milhares de pessoas na esquina da Avenida Paulista com a Rua da Consolação. A manifestação foi engrossada por outro ato que acontecia na Paulista, contra o presidente do Senado, Renan Calheiros. A manifestação chegou a fechar três faixas da avenida no centro da cidade.
Veja abaixo uma lista de frases absurdas ditas por Marco Feliciano:
“A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre o continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!”.
“A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime e à rejeição”.
“Trinta mil pessoas que foram retiradas, tudo isso para beneficiar 500 indígenas” “…é muita terra para 500 pessoas”.
“Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é polêmica”.
“Sendo possivelmente o 1o. ato de homossexualismo da história, a maldição de Noé sobre canaã toca seus descendentes diretos, os africanos”.
“Casamento civil é entre um homem e uma mulher. E ponto final. É o que diz nossa Constituição. Fora disso, nada existe. Defendo o plebiscito e vou ver em que pé está meu projeto, que estava parado na comissão”.
“Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças de lá: ebola, aids, fome… etc”.
“Casamento civil é entre um homem e uma mulher. E ponto final. É o que diz nossa Constituição. Fora disso, nada existe”.
Sobre a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e a deputada Erika Kokay (PT-DF) ele diz: “Mulheres de sexualidade distorcida”.
Sobre o casamento gay: “Porta de entrada para o caos”.
Não podemos cruzar os braços!
Além da nomeação de Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos, Renan Calheiros, acusado de corrupção, está presidindo o Senado; o ruralista e um dos maiores produtores de soja do Brasil, Blairo Maggi foi eleito para presidir a Comissão de Meio Ambiente; João Magalhães (PMDB-MG) preside a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, mas responde a três inquéritos no STF –peculato, tráfico de influência e crime contra o sistema financeiro. Seus bens encontam-se bloqueados desde dezembro passado.
Não podemos permitir que a nomeação desses políticos, com histórico de corrupção e má gestão do dinheiro público, continue. Devemos ir às ruas protestar e exigir do governo que todos esses políticos sejam destituídos.