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GREVE 2024: LUTA GARANTE REESTRUTURAÇÃO DAS CARREIRAS E RECOMPOSIÇÕES

GREVE 2024: LUTA GARANTE REESTRUTURAÇÃO DAS CARREIRAS E RECOMPOSIÇÕES

Data: 19 de julho de 2024

Carreira TAE conquistou 14% de reajuste salarial, sendo 9% em janeiro de 2025 e 5% em abril de 2026. Já a Carreira Docente, 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Saiba mais

Fim da Greve | Em 25 de junho, completando quase 80 dias de greve, a base do Sinasefe Ifes deliberou por encerrar o movimento paredista após a assinatura do acordo de greve pelo Governo Federal e retomar as atividades em 72 horas a partir dessa assinatura.

O documento foi assinado no dia 27 de junho, uma quinta-feira, e as atividades da categoria foram retomadas no dia 1º de julho de 2024, uma segunda-feira, na maioria dos campi do Ifes.

O movimento, que teve grande mobilização nacional e local, marcou a luta por recomposição salarial, recomposição dos orçamentos dos institutos, reestruturação das carreiras e revogação de um conjunto de normativas dos governos anteriores que atacam as/os servidoras/es.

Sobre a recomposição salarial, a Carreira TAE conquistou 14% de reajuste salarial, sendo 9% em janeiro de 2025 e 5% em abril de 2026. Já a Carreira Docente, 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

A categoria também conseguiu, já para 2024, a recomposição do auxílio-alimentação, da assistência à saúde complementar per capita média (“auxílio-saúde”) e do auxílio-creche em acordo assinado em abril, com portaria publicada no mesmo mês. A partir desse pacto, o auxílio-alimentação passou de R$ 658 para R$ 1 mil; o per capita de auxílio saúde de R$ 144,38 para cerca de R$ 215, a depender da faixa salarial, e o auxílio-creche de R$ 321 para R$ 484,90. Os reajustes dos auxílios foram incorporados na folha de pagamento do mês junho, retroativo ao mês de maio.

No que diz respeito à reestruturação das carreiras, tanto TAEs quanto docentes tiveram conquistas. A Carreira TAE passou a ter 19 padrões de vencimento e, a partir da verticalização e da redução dos interstícios de 18 para 12 meses, e um tempo para atingir o topo entre 15 e 18 anos. Além disso, também foram conquistadas outras lutas históricas do SINASEFE, como o reconhecimento de Saberes e Competências – RSC, que passará a vigorar a partir de abril de 2026); a aceleração por capacitação, a racionalização dos cargos e a revisão dos fazeres (atribuições).

Já para a Carreira docente EBTT, entre os principais pontos estão a retirada do controle de frequência; a aglutinação das classes iniciais (DI-1 e 2; DII-1 e 2) em uma única classe, garantindo maior atratividade e reajuste nesta etapa da carreira; a alteração gradual dos steps, diminuído o fosso existente na carreira; e garantia da progressão e promoção sem prejuízo, desde que solicitado em até 6 meses após atendidos os requisitos.

“A assinatura do acordo representou uma vitória possível nas condições atuais da política brasileira, em um cenário em que o Congresso legisla contrário aos interesses da classe trabalhadora e o Banco Central boicota a política de desenvolvimento com distribuição de renda do governo atual”, avalia o coordenador-geral do Sinasefe Ifes Reginaldo Flexa.

Flexa destaca como pontos positivos a aglutinação da carreira docente e a mudança de classe em 3 anos, e não mais em 8 anos. Já para os TAES, aponta como vitória o RSC.

A coordenadora-geral Marilucia Mattos também avalia o movimento como vitorioso, mas pontua que os percentuais de reajuste salarial poderiam ser melhores, contudo, faz parte do processo de negociação.

SINASEFE IFES ASSINA TERMO DE ACORDO PARA COMPENSAÇÃO DA GREVE

“Temos uma análise crítica de que os índices de reajuste que alcançamos não eram exatamente o que esperávamos, mas sabemos que toda greve é um processo de negociação, mobilização e tensionamento”, destaca Marilucia.

A coordenadora-geral também ressalta a importância da unificação entre TAES e Docentes, com a mobilização conjunta do SINASEFE, da Fasubra e do ANDES-SN, com o alinhamento de propostas de carreira, união nas lutas e pressão ao Governo para atender às demandas das/os servidoras/es.
“Fato importante é que o Sinasefe unifica a luta de TAES e docentes, sempre nos deixando mais fortalecidos. Nossa luta e a articulação com as entidades deve ser permanente para que tenhamos mais avanços em nossas carreiras e instituições. O Sinasefe Ifes seguirá firme nas lutas e mobilizações para buscar sempre o melhor para nossa categoria”, avalia Marilucia.

Com o avanço do desfinanciamento da educação, a luta se faz cada vez mais necessária e árdua, e além das conquistas para a categoria, a unidade e a luta trouxeram benefícios para a comunidade estudantil. Após pressão, o Governo anunciou a recomposição orçamentária de R$ 400 milhões para a Educação Federal, para custeio das instituições federais (Institutos e Universidades). A luta do Sinasefe Ifes também é pela educação pública de qualidade.

“Para além das conquistas remuneratórias, não podemos deixar de citar a importância de outras pautas que tivemos avanços com a nossa greve. A recomposição do orçamento das IFs, que fortalece, entre outras demandas, a qualificação do atendimento à comunidade estudantil, com melhor estrutura e políticas de assistência estudantil com mais recursos”, destaca Marilucia sobre a recomposição do orçamento.

CLIQUE AQUI E CONFIRA O ACORDO DE GREVE DA CARREIRA TAE.
CLIQUE AQUI E CONFIRA O ACORDO DE GREVE DA CARREIRA DOCENTE.

MOBILIZAÇÃO
Com início em 9 de abril, a Greve do Sinasefe Ifes foi marcada por mobilizações nos campi, com panfletaços, faixaço, rodas de conversa, manifestações, entre outras atividades. Foram compostos nos campi Comandos Locais de Greve para articular as ações, sob a coordenação do Comando Local de Greve, que contou com integrantes da direção.

O Sinasefe Ifes articulou localmente atividades com a Associação dos Docentes da Ufes (Adufes) e com o Sindicato dos Trabalhadores na Ufes (Sintufes), mostrando a força da educação pública federal para a sociedade capixaba.

 

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A unidade da categoria, de Norte a Sul do Estado, mostrou a força dos TAEs e Docentes!

A docente do campus Montanha Patricia Soares de Andrade avalia que a construção do movimento de greve no campus foi um processo de aprendizagem e o envolvimento das/os estudantes foi fundamental, tendo em vista um alto índice de remoção de TAES na unidade de ensino.

“Foi a primeira greve no campus, que tem um histórico elevado de remoções. No início da greve, um terço dos servidores TAES foi removido e novos docentes foram contratados. Dessa forma, iniciamos a greve com muitos servidoras/es em estágio probatório, situação que gerou medo em alguns servidoras/es. As reuniões para a construção da pauta local foram fundamentais para pensar soluções para os problemas que enfrentamos no cotidiano do campus. Essa unidade também serviu para evidenciar que só a nossa luta organizada pode efetivamente mudar a vida”, avalia.

O bibliotecário do campus Ibatiba Marcelo Rocha Santos destaca como ponto importante da greve a união da categoria e avalia o movimento paredista como um dos maiores da Educação Federal.

 

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“União para transformar! Saímos dessa greve – talvez tenha sido uma das maiores da Educação Federal – da mesma forma como iniciamos, unidos. A união das servidoras e servidores dos Institutos e Universidades Federais trouxe para estas instituições mais de R$ 5 bilhões em recomposição orçamentária. Ao encerrar a greve no Campus Ibatiba, ficamos com a certeza de que para transformar faz-se necessário estar em unidade (união).

Transformar o ecossistema onde desenvolvemos nossas atividades e torná-lo um ambiente sustentável, com a participação democrática de toda comunidade (alunos, administrativos e docentes), é fundamental para a garantia de uma Educação Pública Federal, Gratuita e de Qualidade. Sigamos firmes, fortes e unidos em defesa da Educação Pública Federal”, destaca.

O docente do campus Guarapari Sandro Fernandes reforça que uma das principais conquistas da greve, que é histórica, é a “pedagogia construída, que servirá de alicerce para reestruturação das nossas bases”.

“A grande vitória dessa greve é a pedagogia que ela transmite, da força que nós temos. Terminando o ajuste dos pontos de pauta dessa greve e das reposições qualitativas do serviço represados devemos fazer uma avaliação das forças e fraquezas do movimento e aproveitar esse espólio para construirmos uma greve mais forte e maciça no momento oportuno, ou seja, quando a mesa de negociação permanente não for atendida”, afirma Sandro.

Caravanas
O sindicato também enviou caravanas a Brasília, com participação de servidoras/es e estudantes, participou de Plenas e espaços de discussão na capital federal, como o Comando Nacional de Greve (CNG).

 

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A estudante do Ifes campus Vitória e presidente do Grêmio Rui Barbosa Anna Júlia Valim, que esteve nas caravanas, aponta que foram momentos importantes de formação política.

“Foi minha primeira experiência lidando com uma greve (como estudante e presidente de um grêmio estudantil). Consegui compreender as reivindicações grevistas mais a fundo, entender as propostas (que, por sinal, foram muito rebaixadas desde o começo ao fim da greve) apresentadas para os docentes e TAEs e entender o porquê da greve ser um direito da classe trabalhadora e uma ferramenta importantíssima para a nossa revolta. Voltei de Brasília com experiências e acúmulos políticos para tentar uma agitação de greve estudantil no campus Vitória”, afirma Anna.

A secundarista também destaca que as atividades em Brasília foram um espaço essencial para confiar na luta organizada. “Estar nas ruas de Brasília ao lado de mais de mil pessoas protestando por melhorias para servidoras e estudantes da rede federal de ensino foi a certeza de que não estamos sozinhos na luta. Os sindicatos seguem vivos, resistindo! E vamos continuar unidos em defesa dos Institutos Federais”, destaca.

 

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