Base rejeita deflagração da greve mas mantém enfrentamento
Data: 3 de junho de 2022
Assembleia geral, realizada nesta quinta-feira, 2, decidiu reforçar o estado de greve, seguir na mobilização e aprovar o calendário de lutas
O Sinasefe Ifes realizou nesta quinta-feira, 2, de forma híbrida, uma assembleia geral da categoria. A base presente, tanto virtualmente, quanto presencialmente, decidiu por rejeitar a deflagração da greve e manter o estado de greve e a mobilização pela reposição salarial. Também foi aprovado o calendário de paralisações para este mês: dias 9 e 15 de junho.
Antes das discussões, que decidiu pela continuidade do estado de greve, aprovado em março, e do comitê de mobilização pela reposição salarial, foram feitos os informes à base. Foi informada a realização do 2º Encontro de Mulheres, que aconteceu no dia 27 de maio, e a jornada de lutas em Brasília, que aconteceu de 31 de maio a 1º de junho, com a participação de servidoras/es da base na atividade. Também foi informe quanto às ações de mobilização pela reposição salarial, com a ida de diretoras/es e filiadas/os aos campi do Ifes.
Durante as discussões que antecederam a votação, foram feitas exposições a favor e contrárias à deflagração da greve da categoria. Foram realizadas avaliações de que a greve é um instrumento importante, mas que não era um momento político. Por outro lado, houve defesas de que a greve é um dos maiores instrumentos de pressão ao governo, como uma forma de “incomodar”.
A maioria dos presentes, tanto no virtual, pela plataforma Cisco Webex, quanto pelo presencial, no Teatro do Ifes campus de Vitória, rejeitou a deflagração da greve e manteve o estado de greve, e aprovou o calendário de paralisação: dias 9 e 15 de junho.
A diretora Patricia Andrade defendeu um posicionamento a favor da greve. Após a votação, ela destacou que a assembleia é um espaço de deliberação e avaliação. “Eu fiz a defesa no sentido de, de fato, fazermos o enfrentamento a esse governo que não respeita o servidor público. O orçamento é um descaso, com os cortes de verba na educação, temos uma inflação que chega a dois dígitos e tem uma luta nacional sendo feita, sendo chamada para esse enfrentamento, e esse foi o debate. Eu acho que devemos continuar cobrando e mobilizando a categoria para assumir a luta”, pontuou.
O diretor Marcus Podestá, contrário à deflagração da greve, destacou que: “a gente entende que o governo Bolsonaro nos dá todos os motivos para uma greve. No entanto, a gente entende que, neste momento, dadas todas as condições pós-pandemia, é importante que nos mantenhamos mobilizados, que façamos paralisações, que a gente ocupe as nossas escolas e faça o debate com os nossos estudantes. A gente considerou que, estrategicamente, para as tarefas que temos no momento, é importante nos mantermos mobilizados, mas entendemos que a greve, neste momento, não acumula para a classe trabalhadora e, inclusive, pode nos dividir”.
Campanha pela reposição salarial
O Sinasefe Ifes iniciou, em março, a campanha “Sem reposição, menos salário na mão – o poder de compra sumiu. #ReposiçãoSalarialJá” com o objetivo de mobilizar a base para somar forças à luta pela reposição salarial. Sindicato realiza ações nos campi, com reuniões e o corpo a corpo junto à base, bem como distribui informes e adesivos, e faz intervenções com afixação de faixas e cartazes. Clique aqui e saiba mais.
Movimento nacional
Nacionalmente, a greve da categoria foi aprovada pela 173ª Plenário do SINASEFE, que aconteceu no dia 21 de abril, de forma remota, e referendada pelo 34º CONSINASEFE, realizado de 12 a 15 de maio, em Brasília. O movimento nacional pede a reposição emergencial de 19,99%, percentual que representa as perdas inflacionárias em três anos de governo Bolsonaro. Já há seções sindicais que deflagraram a greve da categoria, como é o caso das seções do Sinasefe IFMG, Sinasefe IFBA e Sindsifpe.